quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

DOUTORES DA IGREJA Comentário Santo Agostinho

1.Paulo apóstolo – não da parte de homens, nem por meio de algum homem, mas por Jesus Cristo e por Deus Pai que o ressuscitou dos mortos – 2.e todos os irmãos que estão comigo, às igrejas da Galácia: 3.a vós, graça e paz da parte de Deus, nosso Pai, e da parte do Senhor Jesus Cristo, 4.que se entregou por nossos pecados, para nos libertar da perversidade do mundo presente, segundo a vontade de Deus, nosso Pai, 5.a quem seja dada a glória pelos séculos dos séculos. Amém. 6.Estou admirado de que tão depressa passeis daquele que vos chamou à graça de Cristo para um evangelho diferente. 7.De fato, não há dois (evangelhos): há apenas pessoas que semeiam a confusão entre vós e querem perturbar o Evangelho de Cristo. 8.Mas, ainda que alguém – nós ou um anjo baixado do céu – vos anunciasse um evangelho diferente do que vos temos anunciado, que ele seja anátema. 9.Repito aqui o que acabamos de dizer: se alguém pregar doutrina diferente da que recebestes, seja ele excomungado! 10. É, porventura, o favor dos homens que eu procuro, ou o de Deus? Por acaso tenho interesse em agradar aos homens? Se quisesse ainda agradar aos homens, não seria servo de Cristo. 11.Asseguro-vos, irmãos, que o Evangelho pregado por mim não tem nada de humano. 12.Não o recebi nem o aprendi de homem algum, mas mediante uma revelação de Jesus Cristo. (Gálatas 1, 1-12)

Comentário de Santo Agostinho sobre a Carta aos Gálatas
(Ofício de Leituras, 06/02/11)
«Vós não estais mais sob a Lei, mas sob a graça.»
 
O Apóstolo escreve aos Gálatas a fim de fazê-los compreender que a graça tem o efeito de removê-los da ditadura da Lei. De fato, enquanto lhes anunciavam a graça do Evangelho, havia homens vindos da circuncisão (judeus convertidos – N.T.), embora portando o nome de cristãos, que ainda não compreendiam a eficácia benfazeja da graça, e que queriam permanecer sob as obrigações da Lei. Esta Lei, Deus a havia imposto aos servos não da justiça, mas do pecado; ou seja, Ele deu uma Lei justa aos homens injustos para ressaltar seus pecados, não para apagá-los.
Na verdade, os pecados somente são apagados pela graça da fé agindo pela caridade. Esses judaizantes queriam submeter os Gálatas às obrigações da Lei (Judaica), mas eles já estavam estabelecidos sob o regime da graça (divina). Afirmavam que o Evangelho não lhes serviria de nada se não se submetessem à circuncisão e se não aceitassem as outras observâncias carnais da religião judaica.
Foi por isso que os Gálatas começaram a suspeitar do Apóstolo Paulo, que lhes havia pregado o Evangelho, assim como não observavam a disciplina dos outros Apóstolos, que obrigavam os pagãos a viverem de acordo com os hábitos judaicos. O Apóstolo Pedro havia recuado diante do escândalo suscitado por tais homens, sendo até mesmo forçado a fingir, como se ele próprio também pensasse que o Evangelho não serviria de nada aos gentios se estes não cumprissem as obrigações da Lei. O Apóstolo Paulo consegue retirá-lo desta farsa, como narra justamente nesta carta. O mesmo problema é abordado na Carta aos Romanos. Todavia, parece que alguma coisa intervém, regulando esta disputa e apaziguando este litígio acontecido entre os crentes vindos do judaísmo e os crentes originários do paganismo.
Mas, na Carta aos Gálatas, Paulo escreve àqueles que já haviam sido abalados pela autoridade dos homens vindos do judaísmo e que os havia constrangido a obedecer às práticas da Lei, porque os Gálatas haviam começado a confiar nos judaizantes, como se Paulo não tivesse pregado a verdade ao recusar-lhes que se fizessem circuncidar. E é por isso que ele começa assim a sua exposição: “Acho realmente espantoso que vós abandoneis tão rapidamente aquele que vos chamou à glória do Cristo, e que vós passeis a um outro Evangelho.”
Com esta introdução, ele fez uma breve apresentação do problema em questão. Já na saudação em que ele se proclama Apóstolo enviado não pelos homens nem por um intermediário humano, – afirmação que não encontramos em nenhuma outra carta –, ele mostra claramente que seus adversários não vêm de Deus, mais dos homens. Mostra também que ele não deve ser considerado como inferior aos outros Apóstolo no que concerne à autoridade do testemunho evangélico. Porque ele sabe que é Apóstolo enviado não pelos homens nem por um intermediário humano, mas por Jesus Cristo e por Deus Pai.

A graça de Deus apareceu,
trazendo a salvação a todos os homens.
A vós, graça e paz da parte de Deus, nosso Pai,
e do Senhor Jesus Cristo, que Se entregou pelos nossos pecados. R/
O Cristo Se entregou pelos nossos pecados,
a fim de nos libertar deste mundo do mal. R/

Oração:
Em Teu amor incansável, Senhor, vele sobre a Tua família; e, uma vez que a Tua graça é a nossa única esperança, guarde-nos sob a Tua constante proteção.


Tradução e Adaptação:
Gisèle do Prado
giseledoprado70@gmail.com

Fontes:
www.bibliacatolica.com.br
www.aelf.org

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